segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

— Alugue Felicidade.

A verdade é que eu sou desastrada demais. Sou desastrada a ponto de me machucar com qualquer coisa. Quebro copos e pratos lavando a louça, bato o meu dedinho do pé no canto do sofá, tropeço nos meus próprios pés e de vez em quando eu me machuco com a coisa mais banal e inimaginável. Erro diariamente e sou a pessoa mais errada e torta que um dia alguém pode conhecer. Sou a pessoa mais irrelevante e, de vez em quando, mais grossa possível. Sou fria, e a maioria das vezes, sou um amor de pessoa. Sou um amor, e mesmo não querendo ser enjoativa, eu sou. Gosto de coisas a moda antiga e adoro receber cartas. Cartas de um amor, amigos, da minha avó, do meu pai, da minha mãe. Gosto de coisas antigas. Discos, caixinha de músicas e essas porcarias que hoje não se vende mais. Sou irritante, e algumas vezes sou suportavelmente idiota. Posso ser desastrada, e quebrar algo de primeira. Já perdi coisas no ônibus, na rua, no cinema, na casa de alguém e já deixei cair um celular que nem era meu. Me machuco atoa e sou uma pessoa consideravelmente delicada. Sou frágil, mas isso não impede minha ignorância. Sou desastrada e por mais que seja torta e insuportável, sou legal. Sei dar conselhos e por mais que isso soe como insanidade, sou uma ótima companhia. Sei fazer os outros darem longas gargalhadas e gosto de pessoas assim, constantes. Sei dizer coisas lindas, a ponto de fazer alguém chorar. Sei “dar um tapa na cara” e mostrar a realidade. Sei ser inconveniente e o que eu mais queria é que alguém me fitasse e dissesse: “Ei, sente aí. Não precisa ser tão escandalosa e a mostra assim. Te fito, e não gosto disso.” Eu queria é que alguém botasse jeito em mim, e que me mostrasse algo melhor. Não somente os meus desastres. Sou uma pessoa extremamente a moda antiga, e por mais que eu seja doce o suficiente para te deixar com vontade de vomitar, sou rude às vezes. Eu, que sempre quis morrer de amor, passo aos outros a maneira mais feliz e única de viver feliz. Sozinho. A verdade é que o meu desastre precisa ser corrigido. Não por minha mãe ou por um livro de auto-ajuda. É alguém em especial. Na verdade, eu nem consigo mais desejar um amor. Hoje em dia só desejo não bater com o meu dedinho no canto do sofá.


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